Depois da árdua tarefa de conseguir um emprego de carteira assinada, tudo parece bem, quando você é chamado na sala do chefe. Logo você fica apreensivo, imaginando que fez algum relatório errado ou foi indelicado com os clientes. Nada disso. O motivo da chamada é a sua aparência que destoa do ambiente de trabalho. Embora não seja o item mais importante, a aparência pode lhe render o sucesso (ou o fracasso) na empresa.
A forma como o funcionário se veste para trabalhar vem sendo cada vez mais observada pelos superiores. Isso porque as roupas transmitem mensagens, as quais podem ser positivas ou negativas. E, nesse caso específico, não tem nada a ver com moda. Para quem não sabe, a aparência está relacionada diretamente à credibilidade. Ou seja, ainda que um profissional seja competente, o que vai chegar primeiro é sua aparência.
“A forma como uma pessoa se veste pode passar a ideia de que ela não tem potencial para ocupar um cargo, por isso é preciso cuidar da aparência”, declara Celeida Gadelha, membro da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). “O profissional deve levar em conta que não se veste só para si, e sim para ocasiões, como também para seus clientes e parceiros de trabalho”, explica.
Segundo Celeida, um estudo realizado com três mil gestores revelou que metade dos executivos britânicos admitiu ter deixado de promover ou aumentar o salário de uma funcionária que vestia roupas muito justas ou decotes muito profundo. Ela ressalta também que outra pesquisa, esta divulgada pelo empresário britânico Peter Jones, da Dragons, revelou que um em cada cinco executivos já demitiu por conta da profundidade do decote.
O erro, muitas vezes, é pelo tipo de roupa não adequada para o ambiente de trabalho. “As pessoas se preocupam com a moda, mas não se importam com a vestimenta do trabalho”, afirma. Celeida lembra que grande parte dos candidatos esquece a boa aparência exigida no momento da entrevista de emprego, logo que é selecionado. A formalidade no ambiente de trabalho nada tem a ver com vestir-se na moda.
Outro erro comum acontece quando o funcionário está insatisfeito com o emprego. “Nessa situação ele se sente no direito de ir 'largado', de qualquer jeito, mas isso é um atentado contra ele mesmo”, comenta Celeida. “É sua imagem que está sendo arranhada. Se não gosta do emprego, pede demissão ou procura mudar de alguma forma”, acrescenta. Sua imagem pessoal prejudica primeiro a você mesmo, depois à empresa.
E se alguém pensa em justificar a aparência desleixada com a falta de condições financeiras, é melhor procurar outra desculpa, pois essa não costuma ser aceita pelas empresas. “Água e sabão todos podem ter. O pior é cabelo oleoso e dente sujo.
Quanto à vestimenta, a criatividade vai contar muito”, afirma Celeida, lembrando que um blazer pode ser usado durante toda a semana, sendo necessário apenas a troca da blusa ou a colocação de um acessório, como um lenço.
Valéria Sinésio
JornalParaíba
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